segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

VI Trail Montes Saloios




A confiança estava em alta. Depois do Natal comecei a treinar bem, de uma forma mais organizada com a inclusão de ginásio e treino de séries em pista e fui aumentando a carga, terminado o mês de Janeiro bastante satisfeito. 
O mês de Fevereiro não começou tão bem, com uma dor no pé a causar algum desconforto, mas que entretanto passou, não sem antes impedir de treinar nalguns dias como gostaria. 

Na semana antes desta prova participei num corta-mato de 5km, que faz parte do troféu de atletismo do Seixal, por onde corro pelo CCR Alto do Moinho, e onde por equipas conquistámos o 1º lugar!!! Individualmente não correu muito bem, fiz um 14º lugar no escalão, mas numa prova tão curta e com um ritmo tão alto, sofri um bocadinho. No entanto, não abalou em nada a confiança, e esta última semana foi sobretudo de recuperação.

Desde 2015 que trazia esta prova debaixo de olho, pois os comentários que ia ouvindo eram favoráveis em relação à organização e aos trilhos. No ano passado não foi possível ir devido a lesão, pelo que para este ano quando comecei a idealizar o calendário de provas, esta foi logo incluída.
Ao longo da semana o entusiasmo foi aumentando, com a expectativa em relação à meteorologia a aumentar, devido às elevadas previsões de chuva e o consequente aumento de lama!!

No domingo levantei-me cedo, preparei-me e saí de casa com tempo. O caminho foi todo feito debaixo de chuva, por vezes forte. Não tinha bem a noção onde ficava Covas do Ferro, mas quando lá cheguei reconheci o largo: afinal já lá tinha estado há alguns anos, quando andava mais pelas lides geocachianas!

O levantamento do dorsal decorreu sem problemas e sem grande fila, mas para receber o chip já não se pode dizer o mesmo, pois a fila era enorme. Faz-me um pouco de confusão porque não usam dorsais com o chip, e dorsais de melhor qualidade, porque este pouco depois de o ter prendido aos calções, já dava sinais de estar a perder tinta!! 
Depois de ter voltado ao carro para equipar, dirigi-me para ao pé do pavilhão, embora houvesse alguma contra-informação em relação ao local da partida: havia quem dissesse que era lá dentro, e quem dissesse que era cá fora. Aguardei um pouco cá fora, até que alguém disse que efectivamente era lá dentro!! Lá fui, passei pelo controlo zero e aguardei. Aguardei pelo já atrasado aquecimento coordenado por uma menina que dançava no cimo das bancadas, e por um briefing que não se percebia nada do que diziam devido ao eco que fazia.

10 minutos depois das 9h, é finalmente dada a partida!

Arranco com calma, sem nunca forçar o ritmo.
Apesar de estar com confiança e me sentir bem, o terreno enlameado faz-me ir com cuidados redobrados nas zonas mais técnicas; a lesão que sofri no ano passado ainda está presente na memória e não quero voltar a parar pelo mesmo motivo.


Arranquei com o impermeável vestido por cima da mochila, mas o céu começou a apresentar um ar mais amigável e a temperatura estava também bastante agradável, pelo que por volta do 3º km tirei-o e coloquei na mochila. 



E foi assim que rapidamente cheguei ao 1º abastecimento, onde fiz uma paragem rápida para comer um bocado de banana e marmelada! Sem demoras arranquei e continuei a seguir o planeado: divertir-me e nunca forçar ou arriscar demasiado.

Os trilhos estavam bastante pesados, com muita lama e água, o que fazia nas subidas dar um passo atrás sempre que se davam dois à frente, e a descer dava para ir a escorregar!!




Ia a sentir-me bastante bem e a ganhar bastantes posições, até que.... por volta do k12, após uma descida com algumas zonas que requeriam mais concentração, entramos numa zona mais plana, facilitei e desconcentrei-me, e o mal aconteceu!... Pé mal colocado, senti logo um pico de dor, e a entorse feita. 
Comecei imediatamente a sentir dores fortes, sentei-me e massajei um pouco, aguardei uns minutos e tentei seguir. Ao colocar o pé no chão doía bastante, e foi então que sem aceitar de imediato tomei a decisão de desistir... Ainda segui a caminhar, tomei um Voltaren para ver se a dor diminuía, mas sem sucesso. Pela 1ª vez ia desistir numa prova... Sempre ouvi dizer que para desistir também é preciso coragem, mas não sabia que era preciso tanta... Custa bastante deitar a toalha ao chão, pegar no telefone e ligar para a organização a dizer para nos virem buscar, mas também não fazia sentido colocar os próximos meses em causa por causa de uma teimosia. Após a lesão do ano passado prometi a mim mesmo que em caso de sentir dores, parava imediatamente, fosse em treino ou prova, mas dizer é muito mais simples que fazer. E foi assim que após tirar e arrumar o telefone várias vezes na mochila, liguei para a organização. Perguntaram se conseguia chegar até ao posto de controlo,ao que respondi que pensava que sim, caminhando devagarinho e parando imensas vezes! E assim quando cheguei ao posto de controlo, em vez de validar o chip e prosseguir, segui directo para uma cadeira que lá estava, onde aguardei que me viessem buscar....


Dizer também que a "operação de resgate" foi uma aventura, porque com a lama que enchia os caminhos, a carrinha onde ia por várias vezes andou de lado e a patinar!

Depois de uma pequena paragem para uma 1ª assistência numa ambulância que estava no caminho para Covas do Ferro, lá chegado voltei a ser assistido. Ligadura, muito gelo, anti inflamatório e descanso foi a receita para os próximos dias. Felizmente, à hora que escrevo isto, já consigo caminhar sem as muletas e sem dores, e espero daqui a uns dias poder voltar aos treinos :)


Em relação à prova, e aos 12k que fiz, só posso dizer que gostei. O abastecimento estava óptimo, os trilhos brutais e as marcações irrepreensíveis. Como aspecto menos positivo o facto de o briefing antes da prova ter sido praticamente imperceptível. 
Para o ano volto para me vingar!! 








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